terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Os personagens mudam, a história se repete.

Passou inferno astral, passou aniversário e nada de eu escrever. Pois é, às vezes falta inspiração e vontade. Mas acontece que venho reparando num movimento de ateus (de verdade ou não, pouco se me dá) de se vitimizar. Segura Brasil.

Antes de começar a me julgar, você ateu, leia tudo. Quer ser ateu, não me importo, isso não me incomoda em nada. Concordo que os evangélicos estão num movimento forte de catequização (ainda que esse termo seja católico, acho bem aplicável aqui). Não só os evangélicos, mas estes com maior força, tentam fazer você concordar com uma ideia muitas vezes absurda porque alguém fez lavagem cerebral neles e eles compraram a história. Enfim, bom pra você que não acredita em qualquer fábula. Mas sério, não precisa se fazer de vítima ou retrucar no mesmo tom, tentando ostentar um orgulho ateu.

Acredito em Deus, seja lá o que for. Pois é, minha mente humana e falha prefere acreditar em algo maior e maravilhoso. De qualquer forma, me recuso a aceitar os dogmas padrões, acho que tem muita mentira contada no meio do caminho. E por isso mesmo, já tentaram me converter. Já me indicaram sessão de descarrego, já gritaram muito comigo pra ver se eu concordava. Não adiantou.

A patrulha não é exclusividade, de modo que eu não acho que os ateus devam se colocar no lugar de vítimas. Afinal, só mudou o alvo, a lógica da coisa toda continua a mesma.

Agora você, amigo católico, evangélico, ultrarreligioso de qualquer espécie. Eu sei que tem aquela coisa toda de leva a palavra, não negar Jesus e tudo. Mas vamos semear em campo fértil, respeitar as diferenças e lembrar que, qualquer que seja a verdade, no final das contas ela vai valer pra todo mundo. Ou você acha que humilhar alguém publicamente em nome de Jesus é uma coisa boa? Ou você concorda com o fanatismo religioso e as guerras religiosas? Acho que não, então não comece uma no seu trabalho, na sua rua ou na sua timeline.

Pois é, já foram os índios sem alma, os judeus que mandaram matar Jesus, as bruxas....sempre a mesma coisa. Se você está sendo criticado pelo que acredita, aproveite que a sociedade mudou, que existe o tal doeEstado de direito (ainda que falho) e reaja de um jeito diferente. Menos mimimi, mais exemplo de porque você é uma boa pessoa independente da sua opção.

No final das contas, todo mundo é discriminado por algum motivo. Gordos, mulheres, pobres, ricos, todo mundo acaba sendo discriminado pelo que é ou deixa de ser em algum momento. Ou mesmo pelo que não é, mas outras pessoas acham que seja.

Enfim, concorde ou não, essa meio que é minha opinião. Por enquanto.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O tal do mais do mesmo.

Não, eu não deveria reclamar. Afinal, eu entendo a engrenagem das coisas e sei que é assim mesmo que elas funcionam. Não, o público não está preparado para grandes rupturas e a publicidade não é lugar para agir por impulso artístico.

Mas acontece que eu canso rápido das coisas repetitivas. Uma coisa é rotina. A rotina é um lance legal, ajuda você a se situar. Outra coisa é reinventar a roda. Por que repetir o que já foi feito? Por que não dar espaço a uma criação mais ousada e divertida, talvez lúdica? A resposta fácil é: porque o público não vai entender.

Não sei se concordo com isso. Todas as embalagens de produto com óleo de argan precisam repetir o turquesa+laranja? Todos os anúncios de absorvente precisam de mulheres com roupas claras?

Essa imposição de seguir o padrão às vezes já vem no briefing e é frustrante. Será que não existem caminhos criativos eficientes fugindo das fórmulas consagradas? Na última semana conheci um novo Fast Food, que se diz não tão fast assim. O h3, hamburgology, é uma rede portuguesa que serve hambúrguer no prato, com um preço bem justo e sabor. Não tem vermelho e amarelo na sua fachada. Ela se destaca por ser bem azul. Chama atenção na praça de alimentação. Mas sugerir azul claro para a comunicação de uma hamburgueria pode parecer até herege.  Então escolhi essa rede pra ser o meu teste particular de fugir da regra e ver se o público entende.