quarta-feira, 9 de abril de 2014

Reflexões pseudofilosóficas

Ando sem ter o que falar das modas. Semana de moda de São Paulo começou e acabou e bem, gostei de algumas coisas que vi bem superficialmente. Mas quem se importa?

Não estou construindo um raciocínio lógico e coeso que valha a pena registrar, mas tenho pensado em várias coisas do cotidiano, da mídia, da vida.

Pra começar, a pesquisa do Ipea. Não foi devidamente estruturada e a análise foi feita em cima de tabelas erradas. Péssimo. Mas isso não faz eu achar que a realidade é muito diferente dos tais 65%, porque mesmo se mantendo o anonimato, acho que as pessoas não teriam coragem de admitir que pensam isso sim das mulheres. E "pessoas" são homens e mulheres que adotam um discurso politicamente correto, mas fazem escolhas com base em preconceitos enraizados.

São salários desiguais, diminuição de qualquer opinião alegando sentimentalismo, apelo à TPM como desculpa por comportamentos. E isso acontece dos dois lados. Porque as mulheres que apelam à TPM como desculpa pra perder a paciência também estão alimentando esse imaginário. Porque não são apenas os chefes homens que dão salários menores para as mulheres. E porque se colocar como vítima o tempo todo não ajuda mudar nada, só reforça a ideia de fraqueza.

Digo isso porque no Facebook li vários posts falando sobre como as mulheres precisam ser protegidas. E sério, isso não é bom. Porque uma mulher que precisa ser protegida enquanto um homem não precisa, não está no mesmo patamar de direitos que ele. Ou ela é menos capaz ou precisa temer os homens maus e depender dos bons.

As mulheres não precisam ser protegidas, precisam ser respeitadas. Da mesma forma que um homem não vai pensar em abusar de outro homem no transporte público, ele também não pode pensar em abusar da mulher. É simples assim. É uma preocupação que tem que deixar de existir.

Isso me leva a pensar que no fundo o problema não é necessariamente machismo, mas sim um sentimento no qual o mais forte pode tudo. E é avalizado pela opinião dos mais fortes e dos mais fracos, que reclamam de serem desacatados, subjugados, oprimidos ou o que seja, mas ambicionam poder fazer o mesmo em outra situação. Ou seja, mesmo a parte em desvantagem apoia este sistema pois não quer que ele acabe, só quer deixar de ser oprimido para ser opressor. Lei do mais forte, tão animalesco e irracional quanto parece.

O que me leva ao feminismo machista. Não acho que colocar a mulher como um ser superior aos homens seja uma coisa boa. É só inversão de papéis, com um forte e um fraco. Um opressor é sempre um opressor, homem ou mulher.

As ideias ainda estão em construção. Se você tem algo a acrescentar ou a subtrair, fique à vontade.