Colocar uma música e começar a viajar. E, quem sabe, não voltar. Quando a realidade está tão merda que só a música faz sentido, mesmo que ela não seja exatamente alegre, se torna trilha. Sabe, o clichê tá ali, batendo à porta.
A psicologia trabalha com arquétipos, a astrologia trabalha com signos e esses também não deixam de ser arquétipos, todas as formas de classificar e tentar entender as pessoas são arquétipos e no final do processo todo é separar em categorias e conceitos, dizer quem é o que e dizer a qual tipo de clichê você pertence. Nem que seja o clichê rebelde.
Eu me nego a aceitar. Recuso o padrão, sempre recusei. Porque eu gosto de matemática e gosto de moda. Gosto de política e de filme de herói, sou mulherzinha sem muita paciência para draminha de fazer chorar, mas comédia romântica eu gosto e se for um drama bem feito, ok, trabalhamos.
O clichê tá aqui me chamando a desempenhar papéis que eu nem sei se fazem sentido, porque né? Eu não concordo com essa insatisfação constante de reclamar de tudo o tempo todo, porque se não tá bom pra mim sou eu quem tenho que mudar. Mas ao mesmo tempo, eu sinto que sou um tanto robótica. Está bom pra mim? Saberia eu responder isso? Escuto tanta reclamação que eu não sei dizer se alguma delas seria minha, será que é? Porque se eu não reclamar de alguma coisa, alguma que seja, logo sou acomodada e isso eu não posso ser mesma.
Mas aí vem, não acho que eu seja acomodada, porque o que me incomoda eu vou mudando. Porque se eu não mudo, eu adoeço e sou obrigada a mudar a força. E preciso mesmo trabalhar isso, não posso ficar doente tão fácil assim. Então tenho preferido mudar, ou falar que é quase o mesmo de mudar, porque mudam os outros ou mudo eu, alguma coisa tem que mudar.
É isso aí, inferno astral, pegar ou largar?