Filmes de perfumes

Acho que ser roteirista de filmes de perfumes deve ser tipo um sonho. Claro, deve ter os mesmos problemas de toda atividade ligada à escrita, mas poder criar filmes curtos, com pegada surreal, que trabalham basicamente o emocional deve ser uma profissão e tanto.
Sim, imagino que muitas vezes esses roteiros caiam nas mãos de redatores publicitários, o que me daria alguma chance de trabalhar com isso. Mas não, estamos no Brasil e os perfumes nacionais não são representados em vídeos muito inspirados.
Hoje assisti ao vídeo novo do Trésor, com a Emma Watson. Achei uma graça, muito bem cuidado.


A história não me representa, mas dá pra acho que falaria comigo quando eu tinha 17 anos e mudei pra São Paulo pra fazer faculdade. E é isso que os vídeos de perfume trazem e me fazem pensar.

A sensação. Na minha cabeça, se o perfume, o cheiro do perfume nos faz relembrar uma sensação, os vídeos tentam nos levar a mesma sensação em outras mídias. (Vou considerar o odor uma mídia).

Enfim, Emma mostrou que é mais que Hermione, que tem personalidade própria e desfila linda nessa história. Se ela vai ser uma boa atriz em outros filmes, só o tempo dirá.

Esta coisa de idade.

Tem muita atriz que fala que a indústria de Hollywood é perversa com as mulheres que estão envelhecendo. Usam este argumento para fazerem milhares de plásticas sucessivas e tentam parecer que ainda têm 20, 30 anos. OK, pode ser que isso seja verdade. Mas é relativo. Vamos ao Globo de Ouro.

Meryl Streep, uma das minhas atrizes preferidas. Trabalha e trabalha muito. Filme após filme. Papéis muito diferentes uns dos outros. Faz até a protagonista romântica. Não parece ter 30 anos, mas está em excelente forma. Fez plásticas? Pode ter feito, mas não deixou o botox paralizar sua expessão artística. Adoro.

Da mesma forma que existem papéis bons para atrizes com mais de 50 anos, que rendem prêmios e agradam o público, existem muitas oportunidades para mulheres reais, que precisam trabalhar, namorar e superar obstáculos. E que vão ser mais ou menos bonitas, como todo mundo é mais ou menos bonito em qualquer idade, sem que isso seja desculpa para se prender em uma lamentação sem fim sobre como o mundo é cruel.

Sim, o mundo é cruel. Com todos, sem excessão. Mas eu particularmente acho que mais cruel que o mundo, é a gente. Então nada de ser uma atriz conhecida pelas constantes tentativas de parecer mais nova, e sim pelo talento.