Gosto dessa sensação de amanhecer que toma conta das ruas de São Paulo em dias como hoje. Um quase silêncio, um não-trânsito. As pessoas andam devagar, riem em suas roupas um pouco menos formais que o habitual. Pouca gente disputa o restaurante na hora do almoço, várias lojas nem abrem.
Gosto de poder pensar nas resoluções que já deveriam ter sido elaboradas, mas que só começam a tomar forma agora. Como se estivesse me espreguiçando e decidindo a agenda do dia, só que o dia vai ser loooongo. E passar rapidinho.
Imagem: R7
Toda vez que me perguntam o que é ou o que eu tenho, respondo que não é nada. Pode ser porque não seja nada mesmo.
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Uma pausa para os comerciais
Chove lá fora e aqui faz um friozinho de leve. Refrescou. Último dia do feriado, eu com um texto difícil de sair, com a certeza de que fiz muito menos do que deveria ter feito, de que dormi e enrolei muito mais do que havia prometido.
Em meu coração indago se devo ou não seguir a tradição do bolo de chocolate nos dias de preguiça chuvosa. Tenho um texto pra fazer, costura pra terminar, cabelo para lavar e só penso em comer um bolo de chocolate feito com Coca-Cola. Bolo de chocolate nem é o meu preferido, do fundo do coração meu amor é para o singelo bolo de laranja quentinho, acompanhado de um cafezinho delícia.
Minha endócrino também não ia gostar nada dessa história de bolo de chocolate no dia chuvoso, e é claro que não vou contar o detalhe, ela vai apenas intuir no resultado na balança mesmo. Outro contra é que no final das contas eu precisaria parar o que estou fazendo - ou pretendendo fazer - pra ir lá buscar ingredientes, bater o bolo, lavar a louça. Mais uma vez o pecado da preguiça vai me impedir de cometer o pecado da gula?
Gosto de chuva, não me entendam mal. A chuva acaba com minhas piores enxaquecas e me ajuda a respirar melhor. E quando tá quente, muito quente, e vem aquela superchuva de verão - sem raios - adoro deixar molhar. Mas dias seguidos de tempo nublado e chuva incessante me deixam deprimida. É a cor cinza, a sensação de que os séculos passarão sem que você possa sair de casa e o cheiro de mofo que vai dominar tudo. É essa sensação de chuva de castigo que deprime.
Ficar escrevendo no blog também não vai resolver meus problemas, terminar meus trabalhos e hobbies. Então, bom restinho de feriado pra quem arranjou alguma coisa mais interessante pra fazer ou tem a sorte de um sol aquecendo lá fora.
Em meu coração indago se devo ou não seguir a tradição do bolo de chocolate nos dias de preguiça chuvosa. Tenho um texto pra fazer, costura pra terminar, cabelo para lavar e só penso em comer um bolo de chocolate feito com Coca-Cola. Bolo de chocolate nem é o meu preferido, do fundo do coração meu amor é para o singelo bolo de laranja quentinho, acompanhado de um cafezinho delícia.
Minha endócrino também não ia gostar nada dessa história de bolo de chocolate no dia chuvoso, e é claro que não vou contar o detalhe, ela vai apenas intuir no resultado na balança mesmo. Outro contra é que no final das contas eu precisaria parar o que estou fazendo - ou pretendendo fazer - pra ir lá buscar ingredientes, bater o bolo, lavar a louça. Mais uma vez o pecado da preguiça vai me impedir de cometer o pecado da gula?
Gosto de chuva, não me entendam mal. A chuva acaba com minhas piores enxaquecas e me ajuda a respirar melhor. E quando tá quente, muito quente, e vem aquela superchuva de verão - sem raios - adoro deixar molhar. Mas dias seguidos de tempo nublado e chuva incessante me deixam deprimida. É a cor cinza, a sensação de que os séculos passarão sem que você possa sair de casa e o cheiro de mofo que vai dominar tudo. É essa sensação de chuva de castigo que deprime.
Ficar escrevendo no blog também não vai resolver meus problemas, terminar meus trabalhos e hobbies. Então, bom restinho de feriado pra quem arranjou alguma coisa mais interessante pra fazer ou tem a sorte de um sol aquecendo lá fora.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Quando o dia é um sono só.
A luz se apaga e o cansaço não cede espaço ao sono. As perguntas bloqueiam a via.
- Vou viajar pra Paris?
- Acredito ou não no que me falam?
- Aceito a vida como ela é?
A cabeça lateja, enquanto os olhos lacrimejantes não sossegam. Está tudo escuro, mas é possível ver as nuances de sombra e luz. Estou cansada até para sentir o medo do escuro, até para ver formas nas sombras. Sem perceber, adormeço. Para logo em seguida ser acordada por um barulho, um ruído, uma reclamação que vem da rua.
A cada quase sono, após um quase sonho, retorno sem lembrar exatamente o que me perturbava para em segundos recuperar a ruga de preocupação. Não dormi o suficiente, não relaxei tudo o que precisava, não processei toda aquela informação. Fico ansiosa por não estar dormindo e isso torna o sono um objetivo distante. O despertador toca.
Dormi alguma coisa e hoje levanto mais cedo. Em uma hora dentro do ônibus, tiro um cochilo rápido de 15 minutos, se tanto. Logo eu, que durmo em instantes sentanda num banco duro do trem lotado, não consigo relaxar e dormir direito no banco macio e quase deitado do ônibus executivo. Será que é talento ou treino?
Em um instante o motivo pra eu estar tão cedo ali não existe mais. Um dia terei que voltar. Outra noite mal dormida me espera no futuro. Vou chegar mais cedo no trabalho.
A falta de um descanso de verdade somada ao estresse acumulado quase me derruba. Em cima do salto, ando no automático. Almoço um sushizinho classe média, pulo o café e ele me faz falta. Penso se não é o caso de maneirar na cafeína, dizem que o excesso pode dar taquicardia. Será que uma pessoa se arrastando pode ter taquicardia? Na dúvida, vou buscar uma xícara na cozinha.
Enquanto o cheiro do café sobe, penso nas coisas a resolver. As perguntas que bloquearam o sono ainda não foram respondidas e neste momento duvido se um dia serão. Estou com preguiça de pensar nelas e elas dão lugar a questões mais simples, sobre pintar os cabelos brancos, fazer as unhas, marcar a depilação pra essa semana ou pra outra. Estas também ficam sem resposta. A pergunta da janta, que é frequente, já está respondida desde ontem: comprar pão e comer com o resto da carne que está ótima. De repente, parece uma grande vitória não ter que pensar no que vou jantar.
Parece cansaço, mas é algo maior. É tipo uma solidão que cresce de dentro, com a certeza de que tem coisa que ninguém pode fazer por você. Ainda tem muito dia pela frente, o trabalho não espera. Mais um café e vamos voltar a funcionar.
- Vou viajar pra Paris?
- Acredito ou não no que me falam?
- Aceito a vida como ela é?
A cabeça lateja, enquanto os olhos lacrimejantes não sossegam. Está tudo escuro, mas é possível ver as nuances de sombra e luz. Estou cansada até para sentir o medo do escuro, até para ver formas nas sombras. Sem perceber, adormeço. Para logo em seguida ser acordada por um barulho, um ruído, uma reclamação que vem da rua.
A cada quase sono, após um quase sonho, retorno sem lembrar exatamente o que me perturbava para em segundos recuperar a ruga de preocupação. Não dormi o suficiente, não relaxei tudo o que precisava, não processei toda aquela informação. Fico ansiosa por não estar dormindo e isso torna o sono um objetivo distante. O despertador toca.
Dormi alguma coisa e hoje levanto mais cedo. Em uma hora dentro do ônibus, tiro um cochilo rápido de 15 minutos, se tanto. Logo eu, que durmo em instantes sentanda num banco duro do trem lotado, não consigo relaxar e dormir direito no banco macio e quase deitado do ônibus executivo. Será que é talento ou treino?
Em um instante o motivo pra eu estar tão cedo ali não existe mais. Um dia terei que voltar. Outra noite mal dormida me espera no futuro. Vou chegar mais cedo no trabalho.
A falta de um descanso de verdade somada ao estresse acumulado quase me derruba. Em cima do salto, ando no automático. Almoço um sushizinho classe média, pulo o café e ele me faz falta. Penso se não é o caso de maneirar na cafeína, dizem que o excesso pode dar taquicardia. Será que uma pessoa se arrastando pode ter taquicardia? Na dúvida, vou buscar uma xícara na cozinha.
Enquanto o cheiro do café sobe, penso nas coisas a resolver. As perguntas que bloquearam o sono ainda não foram respondidas e neste momento duvido se um dia serão. Estou com preguiça de pensar nelas e elas dão lugar a questões mais simples, sobre pintar os cabelos brancos, fazer as unhas, marcar a depilação pra essa semana ou pra outra. Estas também ficam sem resposta. A pergunta da janta, que é frequente, já está respondida desde ontem: comprar pão e comer com o resto da carne que está ótima. De repente, parece uma grande vitória não ter que pensar no que vou jantar.
Parece cansaço, mas é algo maior. É tipo uma solidão que cresce de dentro, com a certeza de que tem coisa que ninguém pode fazer por você. Ainda tem muito dia pela frente, o trabalho não espera. Mais um café e vamos voltar a funcionar.
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