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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Dos sonhos a realizar

Enquanto a vida passa em seu ritmo próprio, correndo e se arrastando conforme a ocasião, a gente sonha. Os sonhos são aquelas conquistas distantes, ou não, que nos motivam a suportar os dias ruinzinhos. A gente acorda e enfrenta o trânsito pra ir trabalhar, entre outras coisas, por confiar que o dia da realização irá chegar.
Acontece que a expectativa às vezes é melhor que a realização. Um sonho se realizando torna-se realidade e a realidade nunca é tão brilhante. Credo! Se você pensa assim, precisa recuperar a alegria de viver.
Sim, às vezes ao se realizar o sonho decepciona. Mas talvez seja porque você tenha criado expectativas erradas.
E nada de ficar triste porque o sonho se realizou. Sempre tem coisas novas para querer. Pelo menos eu sempre consigo imaginar muitas coisas para querer. Da mesma forma que não acho certo ficar triste por não ganhar na Mega Sena, também não é motivo pra ficar triste conquistar alguma coisa que se quer muito.
Enfim, tudo isso porque eu estou em vias de realizar um sonho antigo e qualquer coisa é motivo pra um devaneio.
Em breve, voltamos com alguma coisa mais fácil.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Despertar de 2012

Gosto dessa sensação de amanhecer que toma conta das ruas de São Paulo em dias como hoje. Um quase silêncio, um não-trânsito. As pessoas andam devagar, riem em suas roupas um pouco menos formais que o habitual. Pouca gente disputa o restaurante na hora do almoço, várias lojas nem abrem.
Gosto de poder pensar nas resoluções que já deveriam ter sido elaboradas, mas que só começam a tomar forma agora. Como se estivesse me espreguiçando e decidindo a agenda do dia, só que o dia vai ser loooongo. E passar rapidinho.

Imagem: R7

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Uma pausa para os comerciais

Chove lá fora e aqui faz um friozinho de leve. Refrescou. Último dia do feriado, eu com um texto difícil de sair, com a certeza de que fiz muito menos do que deveria ter feito, de que dormi e enrolei muito mais do que havia prometido.

Em meu coração indago se devo ou não seguir a tradição do bolo de chocolate nos dias de preguiça chuvosa. Tenho um texto pra fazer, costura pra terminar, cabelo para lavar e só penso em comer um bolo de chocolate feito com Coca-Cola. Bolo de chocolate nem é o meu preferido, do fundo do coração meu amor é para o singelo bolo de laranja quentinho, acompanhado de um cafezinho delícia.

Minha endócrino também não ia gostar nada dessa história de bolo de chocolate no dia chuvoso, e é claro que não vou contar o detalhe, ela vai apenas intuir no resultado na balança mesmo. Outro contra é que no final das contas eu precisaria parar o que estou fazendo - ou pretendendo fazer - pra ir lá buscar ingredientes, bater o bolo, lavar a louça. Mais uma vez o pecado da preguiça vai me impedir de cometer o pecado da gula?

Gosto de chuva, não me entendam mal. A chuva acaba com minhas piores enxaquecas e me ajuda a respirar melhor. E quando tá quente, muito quente, e vem aquela superchuva de verão - sem raios - adoro deixar molhar. Mas dias seguidos de tempo nublado e chuva incessante me deixam deprimida. É a cor cinza, a sensação de que os séculos passarão sem que você possa sair de casa e o cheiro de mofo que vai dominar tudo. É essa sensação de chuva de castigo que deprime.

Ficar escrevendo no blog também não vai resolver meus problemas, terminar meus trabalhos e hobbies. Então, bom restinho de feriado pra quem arranjou alguma coisa mais interessante pra fazer ou tem a sorte de um sol aquecendo lá fora.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Identidade

Uma das temáticas mais constantes ultimamente entre minhas amigas é a tal da maternidade. As que têm filhos, as que querem ter logo, as que têm medo e sofrem pressão. Eu confesso que minha tendência é adiar a história toda porque eu nunca sonhei em ser mãe e essas coisas. Não tenho nenhum problema com crianças, acho que elas são lindas, fofas e tudo o mais. Tenho jeito pra pegar bebezinhos recém-nascido e tudo. Mas não tenho vontade. e como o maridão também não tá com pressa, a vida continua sem babys.

Mas tenho amigas que já têm seu(s) filho(s). E é sobre elas(pode ser você?) que quero escrever hoje.

Como pessoa que vê as coisas do lado de fora, eu comecei a perceber alguns padrões. Saber a cotação do pacote de fraldas descartáveis, ter galões e galões de álcool antiséptico, andar com uma fralda ou toalhinha sobre os ombros e outras semelhantes que são consequências imediatas e práticas da maternidade. Mas tem uma que me assusta muito: a perda de identidade.

A perda da identidade é um fenômeno que dá um certo medo (em mim). Acho que os pais são programados biologicamente para acharem que seu bebê é o mais lindo ever, e parte do meu defeito de fábrica é não achar que todos os bebês do mundo são automaticamente lindos. Até aí, tudo bem.

Nunca fui mãe, posso ser atingida por esse fenômeno e ficar forçando o mundo a concordar que nunca viram uma criança tão maravilhosa. Pode acontecer e isso não é o que me preocupa. O que me preocupa realmente é a mãe se tornar a criança. Pode ser outro processo biológico, mas caramba. Você é você e seu filho é outra pessoa. A foto na rede social deve ser sua. Quando você for falar alguma coisa pra alguém, fale por você. Nada de nós queremos, nós desejamos. A criança não vai desejar felicidades no casamento pra ninguém, ela ainda nem sabe o que é casamento.

Sim, eu sou exagerada. E sim, falo isso sem ter tido filho e sem poder afirmar que nunca serei acometida dessa falta de tino.

Ah, esse fenômeno todo não é visto só com pais e mães de bebês humanos. Alguns amigos têm o mesmo comportamento em relação a  seus animais de estimação. Outros a sobrinhos e afilhados. Outros a suas fotos no Instagram.

Confesso que conheço mães maravilhosas que falam dos filhotes maravilhosos na medida exata, sem exagerar na pieguice, sem declamar por horas sobre como é lindo o cocô cor de chocolate dele. E são elas que marcam o contraponto pra eu achar que as outras estão ligeiramente (ou totalmente) fora de si.

sábado, 27 de março de 2010

É tudo verdade.

Imagina-se que uma pessoa que estuda comunicação, em particular publicidade aprenda a não cair nas armadilhas que as empresas criam para vender mais. Espera-se que estas pessoas sejam mais fiéis a seus produtos preferidos e não se deixem levar por uma embalagem brilhante. Besteira grande.
Assumo. Eu compro por impulso quando vejo uma embalagem nova, mais bonita, que agrade meu senso estético. Eu assisto uma propaganda bem feita e depois fico com vontade de experimentar o novo sabão em pó, o novo chocolate, o novo batom ou a camiseta feita com um tecido que tem sei lá qual vantagem. Eu acredito em marketing, em propaganda e em encantamento, porque é isso que as marcas precisam fazer todos os dias: encantar pessoas para que elas queiram sentir a emoção de testar algo novo, de viver algo novo.
Com a moda é a mesma coisa. Eu quero roupas novas que me ajudem a construir uma imagem nova de mim mesma, mesmo que isso seja apenas mais do mesmo. Eu quero a sensação de vestir uma calça jeans que me traga a rebeldia hippie, e também quero a sensação de subir em saltos e ver o mundo por outro ângulo. É tudo ilusão, é tudo tão real. Às vezes penso se esta minha pseudo-esquizofrenia imaginária não poderia ser melhor trabalhada. Com arte, com literatura, com terapia. Deve haver alguma utilidade para tantos devaneios românticos, mesmo que eles sejam sobre embalagens de esmaltes. Por um lado, assumo que faço um pré-julgamento dos livros pela capa. Sim, parece fútil, mas aí eu me escondo em Oscar Wilde e digo que faço isso para não parecer tola.Por outro, perco um bocado de tempo tentando achar sentido onde muita gente vê apenas diversão. Procurar sentido em tudo tira uma parte da graça da vida. É tão mais fácil você simplesmente se divertir. Procurar sentido torna a vida um tanto melancólica, mas às vezes a gente encontra o tal do sentido e neste momento, diversão é coisa pouca.
Ainda assim, com tantas dúvidas e nenhuma resposta acho que não poderia haver outro caminho para mim que não a publicidade. Por me deixar ser fútil e pensar em questões filosóficas. Parece que este é, de fato, o meu caminho.