domingo, 13 de junho de 2010

Desabafo Fashion Week

Sabe aquele momento exato que uma coisa perde a importância, mas que você não está atento para perceber que alguma coisa aconteceu? Quando foi que eu comecei a achar boring acompanhar os desfiles nacionais e passei a gostar muito mais da informação mastigadas dos editoriais? Quando foi que o interesse cai a um nível próximo a zero?

Porque sim, tirando Herchcovitch, o que sobram são roupas divididas entre feias e bonitas, pontuadas por autorais que mesmo que sejam boas e usáveis, não traduzem aquela emoção de moda. Sim, Dudu é ótimo, todo ele, uma personalidade própria e tudo. Mas já virou personagem com seus turbantes e cores, mas ainda tenho esperança que me surpreenda. Existe, sim, quem faça moda, mas falta quem surpreenda. Quem me faça sonhar e imaginar uma outra realidade a partir de um caimento, um recorte. Sei que é uma visão romântica demais, frívola para alguns, mas todo o tipo de criação tem esta face, seja ela funcional ou artística, toda criação tem algo a dizer para o mundo, mas nos últimos desfiles nacionais, a mensagem tem sido, me compre, gastei uma fortuna trazendo uma modelo/celebridade/global/whatever para o desfile e preciso cobrir os custos. Jornalistas da moda e blogueiros também não colaboram muito. Preocupados com seus jabás, afinal todos gostamos de ganhar brindes, nada contra, mas cadê o olhar analítico? Este fica reservado às divas da moda, Gléórias e Costanzas, Reginas e até Erikas, mas a maioria diz que está tudo lindo e baba ovo do melhor jabá. Às vezes acho que as divas estão quietinhas demais, ou será que estão fazendo delas peças figurativas, uma marca para validar e concretizar vendas? Tudo bem que pode ser só uma diferença de opinião, que eu não tenha tato para rupturas sutis e não enxergue o novo. Sério? As novidades não são mais agressivas, não chocam, não maravilham. Que tédio.

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