Ainda somos índios.

Na verdade, somos não, eles são. Porque eu nem sou de tietagem, nem de Carnaval.

O mundo mandou algumas de suas celebridades pra vir conferir o que é o tal do Carnaval. Veio Madonna e filhotas, veio Paris Hilton, A Devassa, veio Gerald Buttler a convite de Rodrigo. Tava um povo de Hollywood e adjacências agitando a galere, dando uns minutos de sua atenção pro país subdesenvolvido da moda. E a brasilidade toda? Só faltou trocar pau-brasil por espelhinho. Segurança especial, tratamento especial, comidinha especial e tenho certeza que o espumante servido pra eles não era o mesmo dos globais. Sim, porque nesta festa os globais eram de menor importância. Achei lindo. Todo carnaval as atrizes malham, recortam suas camisetas patrocinadoras até ficarem micro, e fazem a diva no sambódromo. E é flash, pose e tudo o mais. Mas este ano não tinha muito fotógrafo sobrando para as registrar as coxas infladas da Sapucaí. E as estrelinhas sentiram-se prejudicadas pelas presenças ilustres. Enfim, Carnaval é circo de horrores e tem dessas. Cada espetáculo é único e a gente nunca sabe quem vai ser o palhaço da vez. Quem sabe o palhaço de hoje é o cacique de ontem. Esta mistureba toda que às vezes a gente tem orgulho de falar que é a identidade do país. Agora que acabou (aqui em SP parece que acabou, no resto do país, não sei), é tentar ganhar o ano e juntar dinheiro pra ficar um pouco mais longe disso tudo no ano que vem.