Um pouco sobre Chanel

Uma figura mítica. Cada um que goste um pouquinho de moda, e até mesmo quem que nem liga muito pro assunto, faz uma imagem mental de como seria Coco Chanel. O fato da estilista ser uma mentirosa inveterada, sempre alterando os fatos ajudou a criar este mito e deve ser por isso que há tantas versões, biografias e idealizações em torno da personagem. Saber exatamente quem foi e o que sentia a mulher que revolucionou o mundo da moda no começo do século XX é impossível. E, talvez, até desinteressante.

Como parte das comemorações dos 5 anos de casamento, meu marido me presenteou com o livro O Evangelho de Coco Chanel. Longe de ser uma biografia científica e pretensiosa, o livro tenta identificar os caminhos que levaram Gabrielle a ser um ícone e traduzir o conceito de elegância criado nas linhas simples.

Ao mesmo tempo em que divaga sobre Coco Chanel, a autora do livro conta sua busca por um casaquinho Chanel-Chanel e o distanciamento do mundo do luxo. Ainda não terminei de ler, mas estou adorando. O engraçado é que este livro tem me feito pensar em algumas coisas meio filosóficas, como a dualidade existente entre ser autêntica e ser agradável. Eu que há algum tempo tenho lutado pra ser um pouco mais agradável, controlando minha franqueza absurda, no livro estou descobrindo as vantagens e desvantagens da coisa todo. É fato que ser autêntica garantiu a Chanel o status de gênio. Ter convicção no que acreditava fez dela tudo isso que tentamos descobrir até hoje, mas ao mesmo tempo sabemos que ela foi muito solitária e até amarga no final da vida, coisa que pra mim não faz o menor sentido. Enfim, uma vez que não sou genial, vou manter meu esforço pra ser uma pessoa menos crítica, pelo menos com os outros.

O livro é divertido, tem dicas ótimas e merece ser lido, mesmo que você tenha um estilo claramente oposto a absoluta simplicidade pregada pela estilista em toda a sua vida. Não tem tanto a ver com o que a gente veste, mas sim com o como veste.